top of page
Buscar

Gira, Gira, Girou

Atualizado: há 3 dias


ree


A Roda da Vida gira a cada instante que passa. O que está em cima passa para baixo e o que está em baixo, para cima. O que vai à frente fica para trás e o que está atrás avança. Tudo muda. É como o processo da respiração - inspirar e expirar. O ar que entra se transforma no ar que sai. Vem e vai. Vai e vem. Tudo na vida está em constante mudança, em constante movimento. E por vezes, esse movimento é imperceptível aos nossos olhos.


A mudança gera medo e desconfiança. A grande maioria foge dela o mais rápido possível. Mas há uns poucos que escapam à regra. Esses são os que compreendem o ritmo natural da vida.


Inconscientemente, está nas nossas memórias que a mudança é algo negativo. Que o seguro e certo é a vida ser sempre constante. Pelo menos, isto é o que nos fizeram crer. Mas não é a lei da vida. É só observar as estações da natureza. Passam por grandes mudanças. Desde a semente que dá origem à árvore, que por sua vez, nos dá flores e consequentemente os frutos. E por fim, a queda das folhas, que, por sua vez, alimentam o solo. Tudo na vida é constituído por ciclos: nasce, cresce, amadurece e morre. E tudo na nossa vida deve obedecer a isso. Nasce uma ideia, que cresce, amadurece e por fim, é transformada, ou seja, morre e renasce numa nova forma. Todas as noites, quando adormecemos, morremos para esta realidade, e nascemos para a realidade do sonho. O próprio dia morre, dando lugar à noite, renascendo na manhã seguinte.


É necessário perder o medo da morte para se viver em pleno. Porque a morte é vida e a vida é morte. Uma não existe sem a outra. O que nasce agora morreu noutro estado, e o que morre agora, muda de estado.


A lei da vida é a renovação constante.


O próprio ciclo é feito de renovação. A semente deixa de ser semente para ser árvore. As flores morrem como flores para se tornarem em frutos. E todas estas fases da vida são lindas! São essenciais. É isso que torna a vida uma surpresa constante. Porque tudo está em constante mudança.


O segredo para aceitar a mudança de braços abertos é acreditar que qualquer mudança é sempre positiva. E que nesse processo de mudança, a evolução está inerente. E tudo o que evolui se processa num movimento ascendente.


Tudo o que acaba e morre é porque já não serve um propósito, já não faz falta. É porque já aprendemos a lição que viemos aprender e é necessário andar para a frente. Qualquer pessoa, situação ou experiência que atraimos serve um propósito elevado: o de aprendermos algo para chegarmos mais além, para nos superarmos. A questão que devemos fazer a nós próprios nestas alturas de grande mudança é a seguinte: o que posso aprender com isto? O que isto me ensina?

Porque toda a experiência tem uma lição para se aprender. E quando a lição está aprendida, já não há necessidade de manter a experiência. E é aí que a mudança ocorre. E quanto mais fluirmos com ela e não nos agarrarmos à situação, pessoa ou experiência, melhor a mudança acontece, sem tanto sofrimento.


O sofrimento só acontece quando

resistimos à mudança.


Quando nos agarramos a algo que já não faz sentido manter-se na nossa vida. E quando conseguimos aceitar a mudança, libertamo-nos do peso que é o sofrimento de estar preso a, e andamos para a frente. Dizemos Sim à Vida. Porque viver é andar em frente, é evoluir, é aceitar mudar. Tudo o que não aceita a mudança estagna e morre naturalmente.


Num relacionamento, qualquer que seja a sua natureza, também precisa de haver mudanças. Porque as próprias pessoas que fazem parte da relação também mudam, crescem. Quando não há mudança, é quando ocorre a estagnação. E tudo o que fica estagnado estraga, apodrece. Nós próprios precisamos mudar para não estagnarmos. Quando estagnamos na vida, criamos espaço para as doenças. Porque a vida acontece pela renovação constante. É dinâmica.


As doenças surgem porque uma parte de nós não quer mudar, evoluir, crescer. Resiste à mudança. Cada doença está associada a uma aprendizagem. É algo que ficou guardado em nós, no nosso corpo e que cria peso, resistência, não flui com a vida. Algo que é resultado de uma experiência que foi vivida e não foi entendida, e por isso, criou em nós emoções de sofrimento, raiva, tristeza, rancor, etc, que precisam ser trazidas à luz, ao de cima, conscientizadas, entendidas e libertadas, para que possamos evoluir. É uma mudança de perspectiva que precisa acontecer para que possamos ser mais felizes, para sermos mais nós próprios.

A doença é, sim, um sinal do nosso corpo de que algo em nós não está a fluir com a vida. Ela diz-nos que está na altura de mudar algo em nós. Ela surge como uma oportunidade de grande crescimento, quando se ganha consciência do que realmente a origina. E quanto maior for a nossa resistência à mudança, mais grave se tornará a doença. O que não aceita a mudança natural das coisas cria oposição, e consequentemente, atrai a morte.


A morte do nosso corpo é a maior das mudanças. E quando ocorre é quando chegámos ao fim da nossa viagem aqui na Terra e é necessário irmos para um novo lugar. Evoluirmos. Essa é a nossa grande entrega à Vida, isto é, rendermo-nos humildemente a uma Força Maior e devolvermos o corpo que nos foi emprestado para realizarmos todos os nossos propósitos aqui na Terra.


“ Na Natureza, nada se cria, nada se perde,

tudo se transforma”

Antoine Lavoisier

Comentários


bottom of page